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domingo, 11 de dezembro de 2011

TudO e NadA

E você me vê
e me julga
vê a minha aparência e
pensa
determina
delimita
castra
abandona outras mil possibilidades
empobrece

Eu sou mil
eu sou nenhuma
eu não caibo em mim

As vezes me esqueço disso tudo
e viro o que vocês dizem que eu sou
aceito o papel
visto a carapuça
é mais facil
mas cômodo.

Mas como hoje me sinto incomodada
já antes de tudo, com a minha própria presença,
posso ser quem eu quiser.

Hoje não visto porra nenhuma.
Hoje faço o que eu quero.
Hoje posso ser feia, gorda, má, errada, estranha.

TODA NUA.

Agradeço a vida pela consciência do DEVIR.



BARBA AZUL- A Esperança Das Mulheres

sábado, 3 de dezembro de 2011

Com Esmero - pequeno conto.

Seus olhos eram grandes
Grandes até demais
 Tão grandes que me permitiam me ver neles
Tão grandes que me puxavam para dentro deles
Um dia caí lá dentro e me perdi
Havia uma névoa esverdeada
Cheia de brilho, qual esmeralda
Encontrei a sua menina
Que até de olhos fechados, dançava
Me apaixonei
Não quis mais sair
Virei uma estrela morta e brilhante dentro do seu olhar
Só então entendi de onde vinha tanto brilho
Como eu, outros amantes capturados
reforçavam a potência verde-esmeralda
que saía de ti.


Larissa Chiben

terça-feira, 15 de novembro de 2011

SHOW DA BRITNEY


Eu estou sempre à procura de um drama. De algo que me faça viver de verdade. Tola. Romântica. Ingênua. Sinônimos.
A gente tá sempre vivendo de verdade sim, mesmo quando estamos em estado vegetativo em frente a tv. O que você procura não é vida, é emoção, é excitação, é devir, encontro.
Hoje eu fui em um show de pop.
Me perdi no caminho, entre o metrô e o show.
Foi o melhor momento da noite.
Eu estava tão viva.
Com tanto medo.
Pavor.
Me senti dentro de um filme. Protagonista de uma historia super excitante que estava prestes a acontecer a qualquer momento.
Ao mesmo tempo que o meu sentimento de auto-preservação me aterrorizava com aquela situação, alguma parte muito estranha dentro de mim curtia aquela adrenalina.
Acredito que deva ser um sentimento parecido com o de um gringo que vem para o Brasil se meter na Amazônia ou nas favelas cariocas. Ele sabe que o risco é iminente, mas a sua vontade romântica de “viver” é mais forte, e o impulsiona a fazer coisas extremamente estupidas.
Quem é mais feliz?
Palavras, mais ou menos ditas, por Janis Joplin: Sei que vou viver menos que a maioria das pessoas, mas vou curtir muito mais, tenho certeza.
Morreu de overdose aos 27 anos.
Não posso usar aspas na citação porque a encontrei por acaso um dia no qual estava vagando e vivendo pela internet. Senti um fio de identificação.
Fio de identificação.
Gostei. Não tenho a sede de viver dela. Não voltaria em sã consciência para as ruas em que passei hoje. Mas sei que terei imenso prazer em contar momento por momento, angustia por angustia, de variadas formas, tudo que vivi ali, naqueles 10 minutinhos de vida intensa.
Quando temos medo da morte, e percebemos a sua iminência, vivemos para cara*&#$@lhow!
Vide os malucos que pulam de paraquedas!
O show? Foi legalzinho.... cheguei atrasada! Ouvi 5 musicas. Tudo bem, vai... 4.
Mas valeu os 45 reais... na verdade 30,00.
Musa pop/teen/com celulite aparente apesar da meia arrastão (adorei – fio de identificação!!)/ cansada/ com delay de movimentos/ gordinha/ex-viciada (quem sabe?)/ mãe de três (eu disse TRÊS!) filhos.
No final a lindinha loira apelou, apostou todas as fichas! Luzes coloridas ao fundo, subiu lá no alto com asas de anjo, e mil fogos e mil serpentinas!!
Aplaudi. Fiquei de queixo caído. Mas eu era só mais uma na multidão, definitivamente não era a protagonista da cena. Muito pelo contrário. Fazia parte da figuração mais chinfrim... A menina do meu lado, cujo rosto nem tive a curiosidade de olhar, era da figuração também claro, mas seu cachê era maior definitivamente.
Cantou todas as 4 músicas!! E berrou loucamente o tempo todo em que não havia musica.
Peguei um táxi, vim para casa. Exatamente 65 minutos depois de ter saído.
Nem deu tempo dos meus gatos sentirem fome.
Miau.



quinta-feira, 27 de outubro de 2011

"Por Mim" - Curta da Pixaim Produções


Que tal você se apaixonar pela pessoa mais especial da sua vida?




Seria perfeito se acontecesse todos os dias... beijos apaixonados!!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Quebrou.

Quebrado
(particípio de quebrar)
s. m.
1. Quebrada.
2. .Fração aritmética.
3. Falido; arruinado.
4. Partido.
5. Prostrado.
6. Desalentado.
7. Que tem rotura.







Fotos: Larissa Chiben

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Pílulas de Pessoa

Eu amo essa pessoa que sente tanto... e me faz sentir tanto! 
Em mim, ele vive, mais presente que muitos a minha volta.

Beijos pra você Fernando! 

"O mal verdadeiro, o único mal,
 são as convenções e as ficções sociais,
que se sobrepõem às realidades naturais"

Fernando Pessoa.

"Há Doenças Piores do que as Doenças

Há doenças piores do que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas, só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa é nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alama o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.

Dá-me mais vinho, porque a vida é nada." 
Fernando Pessoa.

Sade Sexta-feira no HSBC Arena

Sei que a galera mais nova talvez não conheça essa cantora... eu fui apresentada à ela pelo meu pai, quando eu ainda era uma criança. Amei... romântica, sexy, cara de latina, cubana, sei lá... esguia, com vestidos longos e com as costas nuas. A voz mais aveludada que eu já ouvi.
Não perco esse show por nada!
Fica a dica:
Casais: depois de lá direto para a "caminha"... porque não tem como o sex appeal não ir nas alturas depois de um show desses!


Para quem ainda não conhece e para os admiradores, vai a clássica da Sade: Smooth Operator.

Beijos calientes!





Os preços dos ingressos variam de: R$750,00 / R$375,00 (meia entrada)  à  R$240,00 / R$120,00 (meia entrada).

 

Pontos de Venda:


Bilheteria Oficial HSBC ArenaAv. Embaixador Abelardo Bueno, 3401 – Barra da Tijuca
Horário de Funcionamento: De segunda a domingo – das 10h às 18h

* SITE:
www.ingresso.com
Formas de pagamento: todos os cartões de crédito.

* CALL CENTER: 4003 2330 (custo de ligação local)
Horário de Funcionamento: das 9h00 às 21h00 de segunda-feira a domingo.

Formas de pagamento:

Serão aceitos os cartões de crédito e débito Vida e Mastercard,
além de pagamento em espécie.

* 25% de desconto para clientes do HSBC na compra de até 4 ingressos inteiros por CPF.


sábado, 15 de outubro de 2011

Bang-Bang - Vídeo

Vídeo da fotógrafa Karima Shehata. Com a atriz Tam Arroba.
Achei a idéia simples, sensível, delicada. Parabéns as duas artistas! E obrigada por me deixarem postar aqui...
E a trilha... não poderia ser mais perfeita.
Fotos lindas da Karima no site:





Bang - Bang Beijos...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Peça Sobre Gays e Judeus no Incubadeira

Estreou essa semana a primeira Incubadeira do segundo semestre de 2011 - BENT.
No início do ano, em maio, para ser mais precisa, eu tive o prazer de ter a minha peça selecionada pelo Projeto Incubadeira, "Entre Dois Pares de Olhos", realizado pelo curso de Teatro da UniverCidade - Campus Lagoa.
Foi uma experiência indescritível, me fez crescer como atriz e pessoa, e me deu a coragem para assumir o meu prazer pela escrita.

Agora nesse segundo semestre, foram selecionadas outras três peças para participarem do projeto e entrar em cartaz no quinto andar do prédio anexo da faculdade, localizada em Ipanema.

A primeira das três é a peça BENT - de Martin Sherman.
Dividindo a direção estão Eduardo Rios e Julia Stockler.


                                        

  Na foto: Rodrigo Miranda, André Mansur, Tiago Marinho, Eduardo Rios.

Fiz uma entrevista com o Eduardo na semana passada, as vésperas da sua estréia.

Eduardo me contou que a idéia de montar esse texto foi de um dos atores da peça, Felipe Cabral:
"Ele é o idealizador do projeto, viu uma montagem da peça há uns dois anos e amou o texto" - contou Eduardo.
Essa mesma montagem, mas com diferentes atores voltou a entrar em cartaz do Rio, e Eduardo resolveu assisti-la, a pedido do Felipe. Também amou o texto. Resolveram se inscrever no projeto e foram escolhidos.
O texto teve que ser adaptado e cortado, devido ao tempo de duração das peças apresentadas no Incubadeira - máximo de 40 minutos.

Eduardo: "É um texto de nuances, muito delicado... a primeira impressão pode ser a de que essa é uma peça sobre nazismo, ou uma peça gay, porque os personagens são homossexuais, mas é tão mais que isso. A peça tem muitas camadas, e lida com uma questão muito elementar, pois fala da violência, da crueldade, o que é muito atual. O próprio preconceito mesmo. A questão em relação a homossexualidade é muito atual. E eu acho que o Bent é um bom recurso para esse movimento que está ganhando espaço".

Eduardo já fez assistencia de direção e direção de esquetes, mas de uma peça é a primeira vez. Ele divide a direção com a também atriz Julia Stockler e afirma estar bem feliz com a parceria.
"A Julinha é minha amiga há muito tempo, nós já trabalhamos muito juntos... eu admiro muito a visão artística dela para as coisas".

O grupo teve apenas pouco mais de um mês de ensaios. Começaram com trabalhos de dinâmica, por se tratar de um texto muito delicado. Como nunca havia trabalhado como diretor ou mesmo como assistente, com um texto tão dramatico, Eduardo disse não ter um método específico: "Eu tentava criar situações nesses primeiros ensaios que pudessem potencializar os atores em cena, para prepara-los para trabalhar com o texto. Pegando circunstâncias e fazendo improvisações em cima das cenas... eu queria transformar o texto em ação concreta, um memória de algo bem concreto para eles trabalharem."

Sinopse da peça:
Ambientado na Alemanha em plena ascensão de Hitler, Bent do escritor americano Martin Sherman, relata a luta de Max, um jovem adulto alemão e homossexual, pela sua sobrevivência após ser mandado para um campo de contração Nazista. Após  passar dois anos foragido, vender todos os seus pertences e perder violentamente seu companheiro, o protagonista redescobre o amor e o usa como alimento para sobreviver no lugar mais improvável: Auschwitz.

Eduardo destaca uma cena na qual os dois personagens protagonistas têm uma relação sexual dentro do campo de concentração, apenas verbalmente. Eles não se tocam e nem se olham:

"Eles vão achando alternativas para se relacionar, é bonito como eles conseguem se envolver dentro de um ambiente muito hostil... Não tem cenas de nú, nem de beijo entre homens, porque o texto já é muito forte, então eu acho que não tem nem necessidade, porque senão ficaria tudo muito pesado. O texto é muito denso, muito trágico, ele por si só basta." 

Eu perguntei para o Eduardo o que ele pensa sobre o Projeto Incubadeira e a estrutura que a faculdade nos dá para realiza-lo:

"O Projeto Incubadeira é um bom projeto, mas ele ainda precisa ser aperfeiçoado em muitos aspectos. A gente tem pouca infraestrutura. Por exemplo, nós temos uma sala só, o que a faculdade nos dá de iluminação é muito pouco, as condições técnicas são primitivas. Mas é uma ótima iniciativa. Eu acho um ótimo projeto, é um espaço legal para a gente experimentar, é um espaço despretencioso e que você pode botar em prática as coisas que você está aprendendo na faculdade e ir experimentando com pessoas que você está conhecendo também. Eu acho uma iniciativa ótima. É um lugar que eu me sinto a vontade para exercer uma função que eu não tenho muito experiência e ainda mais com um texto como o Bent. Esse é o legal do Projeto Incubadeira, para os atores também. Mas eu acho que técnicamente, ele poderia ser mais estruturado."

Por que as pessoas deveriam assistir à sua peça?

Eduardo: "Esse é um texto muito delicado, muito bem escrito, que deveria ser mais conhecido. Poucas pessoas conhecem esse texto, e ele é muito bom. Os meu atores são ótimos. O nosso processo de contato com o texto está sendo muito legal. Esse texto é um veiculo muito potente par nos colocar na relação do jogo da cena.
Rodrigo Miranda (ator da peça):  "Eu estou muito feliz de estar nessa montagem, nós somos todos amigos, nos conhecemos há algum tempo, e estar na faculdade, estudando, conhecendo novas formas de trabalho, e podendo experimentar isso tudo aqui no Incubadeira é muito bom. O legal desse projeto é isso, a gente pode experimentar o que a gente estuda aqui e com os nossos amigos."

Tiago Marinho (ator da peça): Nós queríamos mais tempo, se as peças tivessem sido selecionadas antes, teriamos 2 meses. Nós tivemos apenas 4 semanas, desde o dia que soubemos o resultado até a nossa estréia.

A peça "Bent" estreou no dia 10 de outubro e fica em cartaz até o dia 21 de outubro.
De segunda a sexta-feira, às 17:45hs no prédio Anexo da UniverCidade, Campus Lagoa.
Rua Sadock de Sá, nº 318; 5º andar.

Ficha Técnica:

Direção:
Eduardo Rios - 7º período e Julia Stockler - 4º período

Atores:

André Mansur - 2º período
Felipe Cabral - 4º período 
João Pedro Zappa - 4º período
Rodrigo Miranda -3º período
Thiago Marinho- 3º período.


                         
                          

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Medianeiras - Buenos Aires na Era do Amor Virtual

Se você é uma pessoa angustiada por viver em uma cidade cosmopolita, na qual as pessoas se cruzam o tempo todo e não se olham, moram em apartamentos minúsculos, têm relações superficiais tanto na web quanto na "vida real", você vai se identificar com esse filme.
É impressionante como cada vez mais os jovens adultos estão ficando paranóicos e fóbicos (eu me incluo nessa). Por que será? O que no mundo e nas relações humanas faz gerar tantos medos irracionais, como pegar um elevador, ou um avião?
Por que que toda vez que o remédio Rivotril era citado no filme, todas as pessoas da platéia riam? Identificação? Acho que nem preciso responder...

Foi bom ver esse filme. Foi bom me identificar com seus personagens. Foi angustiante também. Senti um certo conforto, por ter mais uma vez a certeza de que não estou sozinha nessa, mas também mais vontade ainda de acabar com essas fobias inúteis que só atrapalham as nossas vidas. 
Ver elas expostas assim, na minha cara, na tela gigante do cinema, mexeu comigo em algum lugar.
Eu tenho pânico de avião.
Eu vi esse filme ontem.
Essa noite eu sonhei que tentava andar de avião... mas não conseguia.

Trailer Oficial

Medianeras - Buenos Aires na Era do Amor Virtual
Diretor: Gustavo Taretto
Casal protagonista: Javier Drolas e Pilar López de Ayala
Participação lindinha e esquisita da atriz: Inés Efron (XXY - outro excelente filme)

Esse filme não faz parte do Festival de Cinema do Rio.

Horários e cinemas:
Beijos fóbicos...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Não sou eu, eu juro! Filme

Acabei de ver um filme lindo, triste, sensível e engraçado...
Conta a historia de um menino de 10 anos que foi abandonado pela mãe.
Sua mãe vai para a Grécia e ele passa a morar com seu pai e irmão.
Ele se sente muito infeliz, e tenta se matar... algumas vezes. Mas o diretor do filme conseguiu transformar essa historia aparentemente triste, em algo lindo, delicado e... triste, claro.
Um dos personagens mais interessantes e complexos que eu já vi.
Chorei e amei.

Direção e Roteiro: Philippe Falardeau
Título original: C'est Pas Moi, je le jure!
Esse filme foi premiado nos festivais de Berlim e Toronto.
Não achei o trailer com legenda em portugues...


"A vida não é feita pra mim, mas eu pareço ter sido feito pra vida." Frase de León; 10 anos - protagonista do filme.

Isso é arte?

Não sei... só sei que achei INCRÍVEL  e tive que postar! Roubei do blog da minha amiga Lara Borges. http://abaspraquetequero.blogspot.com/
Muito bom!!

Beijos...

Todo Dia - Por: Rafaella Ranauro

Tive o prazer de receber esse texto cheio de palavras lindas... 

1.     Todo dia
Eu tenho que escrever. Infelizmente não sei sobre o que. A verdade é que eu gostaria de escrever sobre tudo, só o que me impede é que gostaria de escrever de maneira bonita sobre as coisas. Talvez porque as coisas não sejam bonitas e quando eu passo-as para o papel elas precisam minimamente tornar-se desse jeito. O que acontece é que quando me preocupo com a beleza dos acontecimentos a serem postos no papel, acabo não botando nada, e nem bonito nem feio o papel fica, fica simplesmente branco. Branco é nada? Branco é vazio? Branco é silêncio? Branco está cheio de todos os meus quereres. Folha em branco não impede de que tenha algo ali. Muitos algos. Algos de todas as cores, mas eu não consegui deixar esses algos bonitos, não consegui fazê-los se movimentarem para além da minha grande cabeça e da minha grande alma. Branco é ausência? Gostaria de dizer aqui que quando escrevo, quero preencher a ausência do branco. O silêncio do branco. Quero querer colorido. Quero que meus desejos tomem formas, não sei desenhar, escrevo. Sempre foi assim. Na escola, me mandavam desenhar e eu pouco sabia além dos bonecos de palitinho. Pouco sabia além de uma casa chapada com um telhado, uma porta e uma janela. Já na aula de redação eu escrevia. Mal sabia as palavras que queria, mas escrevia. É claro, eu não conhecia muitas, mas sempre quis conhecê-las. Meu desejo no mundo sempre foi conhecer as palavras. Fazê-las se interessarem por mim, virem até mim. “Prazer, eu sou cáustica”. E então eu daria grande parte do meu tempo a descobrir como escrever cáustica. Que cheiro tem? Que forma tem? O que é que come? E foi aí que começou meu problema, quando comecei a conhecer as palavras, comecei a perceber onde ficavam mais bonitas, quais ficavam mais bonitas acompanhadas de quais outras, quais deveriam surgir na primavera, quais deveriam esperar ter chocolate em casa para aparecerem, quais precisavam de sorrisos e quais precisavam de choro. De repente eu me sinto assim, ficando louca de novo, porque simplesmente às vezes é inverno, às vezes tudo que resta na despensa é gengibre e muitas vezes quando tenho que sorrir, choro, e o caminho contrário. Às vezes sinto que eu não estou de acordo com elas, e isso me entristece muitíssimo, pois que tudo que eu já senti de mais precioso foi com elas. E com ele. Se ele não está mais aqui, eu sinto que deveriam elas, então, aparecerem, de muito auxílio seriam. Mas não querem. Fogem de mim. Já que tem vida própria é mais do que certo que tenham vontades próprias, não é disso que a vida é constituída? Vontades. As minhas são enormes, como o coração que tenho. Tudo em mim há de tratar-se com grandeza. Grandeza? Intensidade. Temperamentos que se movem, assim como as tais palavras que eu tenho dito. Palavras, eu vos peço, não me faltem. Corram para mim quando eu chamar. Escutem minha voz, mesmo quando ela estiver muda. Escutem, então, meu pranto. Ele não me escuta mais, eu preciso que vocês me escutem. De novo, parece-me que estou indo embora. Indo embora do que chamam de morada, do corpo que sou eu. Já não sei exatamente quem sou. Só sei que sou amante das palavras. Gozo nelas e com elas o que deixei de gozar com ele. Não posso suportar que me fujam vocês também, palavras. Eu digo aqui: se me fugirem, eu vou procurá-las. Bem sabem que se eu quiser, vou achá-las. Uma por uma. Não posso perdê-las. Recuso-me. Já me é suficiente a falta que ele faz. Não sejam vocês também motivo da minha angústia e do meu desespero. Não tomem o mesmo caminho que ele. Prometo ser boa. Prometo deixá-las seguirem o caminho que quiserem, acreditem em mim, como ele não acreditou. O que me restou foram vocês. Todo o amor dessa vida foi dele e de vocês. Estejam comigo, ao menos uma última vez. Ao menos até a próxima primavera. Juro aqui: irei fazer amor com vocês como nunca antes. Com toda a fúria e toda delicadeza que guardo em mim. Vocês são minha fúria e minha delicadeza. Me uso de cada uma de vocês como me usava de cada pedaço do corpo dele. Experimento. Provo. Quero lambê-las, chupá-las, quero tirar de vocês como já tirei dele, quero o ar do espaço de cada letra. Estejam comigo. Até que caiam as folhas de outono, pelo menos. Até que ele retorne. Até que.
 Esse texto foi escrito pela atriz Rafaella Ranauro.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Amor De Livros - Exposição


Há alguns dias atrás andando pelos corredores da minha faculdade, UniverCidade, me deparei com uma linda exposição... "Amor de Livros". Fiquei encantada com o trabalho da artista plástica Gabriela Irigoyen, e tive que marcar uma entrevista para falar para vocês sobre esse trabalho tão sensível.



Gabriela é Artista Plástica, formada no Curso de Gravura pela UFRJ, professora e encadernadora de arte, ou seja, cria livros únicos utilizando variadas técnicas artísticas. Atualmente além das suas exposições, também da aulas de encadernação.
A artista já participou de várias exposições coletivas, mas "Amor de Livros" é a  sua primeira exposição individual e conta com 20 peças.
Gabriela já utilizava os livros como suporte para as suas obras, mas o tema "Amor" foi inédito em seu trabalho.
"Eu utilizei os livros para interpretar um sentimento" - afirmou Gabriela.

O convite para a exposição, que ocorreu em Fevereiro de 2011, partiu do  IAV - Instituto Audio Visual da própria UniverCidade, que já conhecia o trabalho de Gabriela e sugeriu uma exposição individual da artista que envolvesse o tema "Livros". Como já vinha trabalhando com livros desde 2004, viu esse convite como uma ótima oportunidade de se aprofundar mais ainda no seu trabalho sobre o tema:
 - "Eu pude pensar no livro como estrutura e todas as suas partes... de uma forma plástica, bonita e que pudesse expressar um sentimento... eu resolvi juntar o meu amor aos livros e o meu amor ao amor. Por eu ser uma pessoa apaixonada... não só o amor romântico, mas o amor que nós temos pelo que fazemos, pelos nossos amigos."

Gabriela me explicou que os artistas geralmente utilizam os livros prontos para fazer suas obras artísticas, o que ela fez foi diferente. Ela utilizou todas as partes do livro e os construiu a partir de uma idéia, livros inéditos, desenvolvidos em cima de temas como: "O Amor Machuca" e "Você Sempre me Traz Flores".
 - "Eu acredito que o meu oficio de encadernadora, de criar livros, me ajudou, me deu essa técnica para poder viajar e imaginar como isso poderia ser ."

Os materias utilizados nas obras são: papel, madeira, linha de encadernação, fita de cetim, arame, tecido de encadernação, espelhos e papelão revestido de tecido.

Declaração de Gabriela sobre os livros:

- "O livro ainda tem muito a dizer, ele ainda tem muito espaço na vida contemporânea, porque tem pessoas que dizem que ele vai acabar, que como objeto não vai existir mais... e a arte vem aqui para dizer isso, que ela pode se apropriar de objetos do cotidiano de uma forma inusitada. O modelo do livro que nós conhecemos veio do Século I, ou seja é um design de objeto bem sucedido."

As palavras abaixo estão impressas na parede da galeria da UniverCidade, aonde estão expostas as obras de Gariela. Foram escritas pelo marido da artista, que também é artista plástico.
Resoli transcrever aqui para vocês, pois contêm um pouco da doçura e delicadeza das obras.

"Fugiram os livros da estante sonhando conhecer tudo aquilo que havia dentro das suas páginas, ora fatos vagos, ora poesias, ora imagens, ora orações, ora letras soltas, ora paixões, ora nada e tudo, e tudo sempre com amor.

Os livros de Gabriela são de um amor delicado, feito de fios e tramas. Os livros de Gabriela vivem desse amor delicado, de afeto e de paixão. Os livros de Gabriela viverão sempre desse amor de livros, eterno, passado, perene, vivido, sonhado..."

Gabriela já teve alguns convites para levar a sua exposição para outras galerias, mas ainda não tem nenhuma data fechada.

Eu fico muito agradecida de poder ter tido a oportunidade de entrevistar uma artista que me comoveu tanto com as suas obras!
Essa dica é valiosa... a exposição fica até o dia 16 de outubro de 2011 na UniverCidade, Rua Saddock de Sá, nº 318 - Ipanema.


                                     


Gabriela e sua obra preferida: "Silêncio"


"Silêncio"

 
"Interseções"
                                               


"Você sempre me traz flores"


"O livro aberto"


"Amar dói"


Links de Gabriela Irigoyen



Beijos com amor...

.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

ANGELO B. E OS THUGUEDA + FUTEBOL AO VIVO

Tá de bobeira hoje e afim de ver um show muito bom?
A dica é o Leviano - nova casa da Lapa, localizada ao lado dos Arcos (melhor não poderia ser, né?)
Todas as quartas-feiras rola lá o Show do Angelo B. e os Thugueda!
Eu já vi e posso afirmar que é muito bom!!
Eles têm um repertório muito variado:  Tim Maia, O Rappa, Chico Science, Manu Chao... entre muitos outros.

A vibe da banda e do lugar é ótima, clima muito gostoso para ir com a galera ou com o seu par... e de quebra ainda dá para ver o jogo!

A minha dica pessoal é o Drink Leviano... uma delícia! Frutas vermelhas e uma pimentinha.... adoro!
Mas, as quartas o forte é a cerveja mesmo... geladinha e deliciosa.

Angelo B. e os Thugeda tocam todas as quartas-feiras no Leviano (Lapa ao lado dos Arcos).


Angelo B.


O cantor e MC Angelo B (http://www.myspace.com/angelobbass) se junta aos músicos Cachaça (guitarra/Monobloco), Emerson Mardhine (Baixo/Celebrare) e Marcos Feijão (Bateria/Monobloco) para uma noite diferente na Lapa, com muita MPB, ska, samba, rock, manguebeat, e muito mais. Além disso são sempre transmitidos os jogos do brasileirão em uma TV de 50 polegadas de alta definição.
Promoção de balde de cerveja 600ml e caipirinha dupla durante todo o evento.
Horário: A partir das 21h.
Preço: R$ 15 | Lista amiga (contato@levianobar.com.br
): R$ 10
Não recomendado para menores de 18 anos.
Informações: 25075779

A gente se vê por lá!!
Beijos!

A Pele Que Eu Habito - Almodóvar

Trailer do mais novo filme do Almodóvar... A Pele Que Eu Habito.
Estréia no Brasil no circutio nacional oficialmente no dia 25 de Novembro.
Mas.... poderemos conferir o filme antes! No Festival do Rio, que começa esse final de semana, dia 06 de Outubro.
Lembrando que o Festival vai do dia 06 ao 18 de Outubro.
Depois vou falar mais sobre o Festival aqui... claro!


Sinopse:
A história traz Banderas como um cirurgião plástico, que deseja se vingar do estuprador de sua filha. Para tanto mantém em cativeiro uma jovem, em quem faz experiências na intenção de encontrar uma pele artificial. O elenco conta também com Marisa Paredes (Fale com Ela), Elena Anaya (Um Quarto em Roma) e Bárbara Lennie (Obaba).




Bom filme!!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Brechó "Primeira Última Vez"

Faculdade de Teatro. Chega o 6º período - momento da nossa tão esperada MONTAGEM! Precisamos arrecadar verba. Nada melhor do que organizarmos um BRECHÓ!

Já virou tradição. Todas as turmas do curso de Teatro da UniverCidade - Campus Lagoa, quando alcançam o seu sexto período - o tal da montagem - tratam de organizar seus brechós.
A galera da vez é a do 6º período - turno da noite.
Na direção da montagem, com estréia prevista para Dezembro no teatro da própira UniverCidade, está Oscar Saraiva.

No brechó encontramos de tudo: roupas masculinas e femininas; sapatos, bolsas, acessórios e bijus.
Os preços variam entre R$1,00 e R$30,00 - sendo que a média de preço está em R$15,00.

O Brechó vai do dia 03 à 15 de Outubro - das 10:00hs às 21:00hs de segunda à sexta.

A UniverCidade - Campus Lagoa, fica na Rua Almirante Saddock de Sá, nº 318.

Seguem algumas fotos para vocês conferirem o material variado que eu vi por lá hoje...








Esse chapéu tava vendendo lá... pela bagatela de.... R$7,00!!


Linda esssa bolsa, R$5,00!


Fotos: Larissa Ribeiro

Beijos e boas compras!!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Paciência

Como é difícil ceder à dor do luto
Reconhecer a perda
Sentir que agora não dá para ser feliz
Sentir o colorido esvaziando aos poucos
Ver o mundo em branco e preto
Perceber a lentidão da vida
A espera, que por enquanto, se mostra eterna
Preciso chorar
Ceder a dor que agora andará ao meu lado e será minha amiga
Sentir a minha alma se contorcendo pequenininha
Como se pudesse desviar da dor
Me sinto só
Preciso ficar só
Medo de ficar só.

Escrito em 31.08.11

Hábitos Benéficos à Saúde I

Eu me quero
Me desejo
Me desejo com tanto amor
Que chega a doer
Me toco,
Me sinto,
Me olho com tamanho zelo e carinho
Que só o verdadeiro amor pode ter
Eu me alimento
Me educo
Me limpo
Me obrigo com todo o cuidado a respirar, sentir, amar e chorar
Gosto também de quem me ama e me quer bem
Aos que não o fazem
Me isolo
Os afasto
Não os quero por perto

Um dia me descuidei
Tropecei e me fiz cair em cima de ti
Era tarde demais
Me joguei nos braços da dor
Do outro que não me amava...
Apenas me desejava
Era tarde demais.


Escrito em 30.08.11

Forte - Feminino - Bruto - Delicado.

Rosas Danst Rosas


Quem me apresentou este vídeo foi meu amigo e talentosissimo ator Pedro Emmanuel. Ele serviu de pesquisa e de grande ajuda para o processo da minha peça "Entre Dois Pares de Olhos".
Vale muito ver e apreciar...

Amnésia ou Cinismo?

Tudo começou com uma festa... Há pouco mais de um mês atrás fui chamada para ir a uma festa com o objetivo de arrecadar fundos para uma peça de mesmo nome - Amnésia ou Cinismo?
Achei a ídéia incrível.
Conseguiram. Fizeram a peça. Estudantes de treatro, 7 ao todo, em cena, mostrando os efeitos colaterais que o excesso de alcool pode provocar em um cérebro humano... ou não.
O processo de pesquisa e ensaios, que durou 6 meses, teve a direção do ex-professor da UniverCidade Fred Tolipan.
Destaco a atuação da atriz Tatiana Alvim.
Todos em cena parecem ser muito novos. Fiquei feliz com a iniciativa do grupo, principalmente por conhecer o método do diretor Fred Tolipan e saber que ele exige esforço e dedicação.
Ficou claro que vontade e comprometimento é o que não falta para esse jovens atores.

A peça fica em cartaz no Espaço Improviso -  Rua da Passagem, nº 172 - Botafogo.
Todas as sextas-feiras às 20:30hs.

Sinopse:
Júlia decide morar fora do país e convida seus amigos para uma festa de despedida em um Pub. Seu irmão Vitor e os amigos: Thamara, Serena, Diego, Sergio Maurício e Luiza decidem realizar uma pré night no apartamento de Vitor onde ficam muito bêbados e convencem Júlia a participar. No dia seguinte todos acordam jogados na sala com poucas memórias e muitos indícios do que aconteceu ou poderia ter acontecido naquela festa. Amnésia ou cinismo?

     
Igor Doizeme e Tatiana Alvim
                                 
Foto: Pedro Poema


Ficha Técnica:
Produção: Escola & Ateliê para Atores
Direção: Fred Tolipan
Dramaturgia: Fred Tolipan em colaboração com o grupo.
Assistentes de Direção: Alexandre Paz e Paula Barbosa
Assistentes de Produção: Juliana Mansur e Renata Scherer
Cenografia: Fabio Kohler
Iluminação: Roberto Macedo
Elenco: Guilherme Rodrigues, Igor Doizeme, Juliana Mansur, Paula Barbosa, Rafael Marassi, Renata Scherer e Tatiana Alvim
Maquiagem: Manuela Barbara
Designer: Davi Lisboa
Fotos: Bruno Carvalho

Entre Dois Pares De Olhos


Etiene Mascarenhas e Larissa Ribeiro

sábado, 1 de outubro de 2011

Desabafo da Batistella


Vi esse desabafo lindo da minha querida amiga Nataly Batistella e tive que publicá-lo aqui!
Gracias amore....
"Existem muitas coisas que um sábio deve conhecer pra que mereça esse título. Saber morrer é uma dessas coisas. Tudo muda de perspectiva quando você sabe que vai morrer. Nós passamos o tempo todo achando que vamos viver pra sempre, iludidos, pensamos que somos deuses eternos e revestidos dessa falsa imortalidade, brigamos, discutimos, geramos intrigas e machucamos uns aos outros. Se você tivesse certeza que... iria morrer, fatalmente trataria as pessoas com bondade, cuidaria pra que a sua existência fosse lotada de momentos felizes. Se considerar eterno é o pior erro que se pode cometer. A cólera e o ciúme são privilégio para os deuses. A verdade é que a vida está sempre à beira da morte e morrer é o ato que completa a vida."
Nataly Batistella.

Exposição PULSO IRANIANO - Oi Futuro - Flamengo

Estava andando hoje pelo Largo do Machado, cheia de saudosismo da época em que morei lá, e tive a feliz idéia de ir até o Oi Futuro. Lá me deparei com a exposição: Pulso Iraniano - Fotografias e Vídeos -  a energia de uma nova geração revelada.
Antes de entrarmos na exposição já vemos uma das suas maiores atrações. Do lado de fora do prédio do Oi Futuro há um painel gigante de uma fotografia. Não sei o que é maior... se é o seu tamanho ou a sensação de infinito e imensidão que ela nos porporciona... uma delícia. Ao entrarmos no prédio, que possui por si só todo o seu charme, mais imagens instigantes. Vídeos e fotos que mostram a cultura iraniana. A sensação é estranha, dissenso, desconforto. Ao mesmo tempo em que há uma tentativa de frescor e inovação, eu vi o tempo todo a dor e sofrimento daquele povo.

Vale muito a pena conferir! Abaixo duas das tantas imagens que mexeram comigo... foi bem difícil escolher, mas fiquei feliz em saber que foram de fácil acesso aqui na internet.


 Shirin Aliabadi


 Gohar Dashti

A exposição fica até o dia 30 de Outubro. No Oi Futuro Flamengo.
Rua Dois de Dezembro, 63 - Flamengo -  Terça à Domingo, das 11hs às 20hs.

Beijos!

Muto - A Wall Painted Animation

Vídeo SENSACIONAL sobre grafite que me foi apresentado pelo músico e ator Angelo Barbosa.

deTrupe - encontro de grupos teatrais

De 01/10 a 30/10 rola no Teatro Ziembinski um festival de TEATRO muito bacana.
Ao todo serão 15 grupos diferentes de várias regiões do Brasil e de fora também!

Dentre as peças destaco a  Xambudo - Outro Lugar Nenhum - UFRJ - que ocorrerá dia 12 de Outubro. Uma peça que mistura em cena música e teatro, e conta com a participação do ator e músico Pedro Poema. 
E a peça COR QUO VADO- Coração para onde me levas. Peça de formatura da galera da UniverCidade - Direção do talentosíssimo Oscar Saraiva, que ocorrerá no dia 19 de Outubro.

"O deTrupe tem por objetivo estimular a troca entre artistas de diferentes realidades e culturas, que desenvolvem pesquisa teatral coletivamente, levando essa experiência ao palco e à praça do Zimba." - Organização do evento.

O evento também conta com um show de abertura do Grupo Dona Joana, e com algumas apresentações ao ar livre na praça em frente ao teatro.
Maiores informações, acesse: http://www.grupomilongas.com.br/

O Teatro Ziembinski fica na Av. Heitor Beltrão, s/nº - Tijuca. (em frente à estação do metrô São Francisco Xavier) 

Apoio de verdade esses encontros artísticos que só vêm a contribuir para divulgar o trabalho de quem está muito afim de fazer ARTE!

Viva o teatro!



sexta-feira, 30 de setembro de 2011

René Magritte - Só para olhar e sentir...

Dica de Livro!!

Fernando Pessoa... que delícia de pessoa!
Mil pessoas...
Virou meu amigo, meu parceiro.
Tão amigo que chegamos a brigar.
Nesse momento faço as pazes com ele!
Seus poemas e poesias mexiam tanto comigo, que por um tempo, tive que o deixar de lado.
Mas trago-o de volta a ativa em minha vida.
E recomendo a sua sensibilidade para todos... sem restrições.

Um fato muito interessante dessa obra é que ela esconde os heterônimos de Fernando Pessoa. Os poemas não são assinados. Acredito que por isso nos aproximamos tanto dele.
Mil vezes o vi em seu quarto sofrendo e escrevendo tudo que eu li aqui.

Abaixo um trecho da orelha do livro:
"É uma seleção não acadêmica, dos poemas incontornáveis do mestre português - aqueles que o tempo não apagou, que ainda despertam emoção e empatia no homem contemporâneo."
Neste livro encontramos: "Tabacaria"; "Tanto mar"; Autopsicografia", entre inúmeras outras delícias...

Uma das frases que mais amo de todo o livro e que escrevi no espelho do meu quarto:

"Sou um doido que estranha a sua própria alma." - Fernando Pessoa.

Quando Fui Outro - Fernando Pessoa
Editora: Alfaguara
Organizador: Luiz Ruffato.

Escrevo Porque...

Escrevo porque...
Escrevo porque preciso
Porque não caibo em mim
Escrevo porque preciso transbordar
Preciso expelir
Entender a pele da alma
Interior
Desconhecida
Oculta
Mas que cisma em me cutucar
Ela me incomoda
De dentro para fora
Como um bebê que chuta a barriga de sua mãe

Minha alma me chuta
Me dá socos e pontapés
Quer por que quer se manifestar
Eu escrevo porque a minha alma manda em mim.

(Poema escrito em 30.08.11)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Teaser de Divulgação da Peça "Entre Dois Pares de Olhos"

Entre Dois Pares De Olhos - Cartaz

Ficha Técninca:
Proponente: Larissa Campos Ribeiro
Direção: Iuri Dória e Tatiana Bokel
Elenco: Etiene Mascarenhas e Larissa Ribeiro
Som: Tatiana Bokel
Sonoplastia: Pedro Poema e Guilherme Trindade
Luz: Iuri Dória
Figurino: Ticiana Passos
Cenário: Etiene Mascarenhas, Larisssa Ribeiro e Tatiana Bokel
Identidade Visual da Peça: Larissa Ribeiro
Contra-regra: Peter Guimarães
Arte do Cartaz: Jésica Perez

A Proposta do Blog

Toda semana quero trazer para o Blog uma experiência artística que eu, ou que algum amigo meu tenha vivido. Aqui será o lugar aonde falaremos e discutiremos filosóficamente (ou não) sobre essas experiências,
as quais podem ser ligadas a qualquer área artística.
Pode ser um filme, um livro, uma peça, uma música, um show, uma exposição, uma obra de artes plásticas, enfim, tudo que venha a mexer com as nossas cabecinhas e almas em conflito.
Espero ter muitos convidados ilustres para compartilhar com o mundo cibernético suas questões, angústias, alegrias, amores... tudo remexido e trazido por alguma obra - fruto sensível da alma de um outro.
Também teremos muito espaço, se não infinito, para poemas, letras de músicas, devaneios, espirros, vômitos, transbordamentos, palavras, palavras, palavras...
Como teimosos que somos, insistimos em compô-las, apesar de sabermos que elas nunca darão conta do que queremos dizer.
Merda para nós!

Entre Dois Pares De Olhos

Como tudo começou...
Sempre gostei de escrever, até entrar na faculdade de Jornalismo e passar a odiar escrever.
Tudo tinha que ser muito certo, muito simétrico, muito medido. Não era pra mim, pelo menos não naquele momento.
Me encontrava caótica. Tentava exprimir algo de uma forma que nem eu sabia que existia. Naquele momento não cabia em mim normas, regras, arestas, delimitações.
Um dia li um livro, não me lembro agora seu título, mas o autor sim. Botika. O vocalista da banda deliciosamente safada e carioca Os Outros.
O sujeito simplesmente não usa pontuação e muito menos respeita regras gramaticais.
Um paraíso literário orgársmico frenético entorpe.
Senti a liberdade.
Descobri que podia escrever da forma que quisesse e parti para a ativa.
Nesse momento, já havia me formado em Jornalismo, e cursava minha segunda faculdade. Teatro. Ainda curso, por sinal.
Resolvi escrever, transbordar (palavra que vocês verão muito por aqui) todas as minhas angústias no papel.
Escrevi a peça Entre Dois Pares de Olhos.
Ganhei o PROJETO INCUBADEIRA, realizado pela minha faculdade UniverCidade, e tive a oportunidade e o prazer de encenar a minha peça por duas semanas.
Foi horrível e maravilhoso; angustiante e libertador; paralizador e motivador; medo e euforia; desejo e estudo.
A partir de então, vi que tinha sim a capacidade de escrever, e pelo visto peguei gosto pela coisa... daí mil poemas, daí o blog... daí Entre Vários Pares de Olhos.
Vamo que vamo!!