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terça-feira, 15 de novembro de 2011

SHOW DA BRITNEY


Eu estou sempre à procura de um drama. De algo que me faça viver de verdade. Tola. Romântica. Ingênua. Sinônimos.
A gente tá sempre vivendo de verdade sim, mesmo quando estamos em estado vegetativo em frente a tv. O que você procura não é vida, é emoção, é excitação, é devir, encontro.
Hoje eu fui em um show de pop.
Me perdi no caminho, entre o metrô e o show.
Foi o melhor momento da noite.
Eu estava tão viva.
Com tanto medo.
Pavor.
Me senti dentro de um filme. Protagonista de uma historia super excitante que estava prestes a acontecer a qualquer momento.
Ao mesmo tempo que o meu sentimento de auto-preservação me aterrorizava com aquela situação, alguma parte muito estranha dentro de mim curtia aquela adrenalina.
Acredito que deva ser um sentimento parecido com o de um gringo que vem para o Brasil se meter na Amazônia ou nas favelas cariocas. Ele sabe que o risco é iminente, mas a sua vontade romântica de “viver” é mais forte, e o impulsiona a fazer coisas extremamente estupidas.
Quem é mais feliz?
Palavras, mais ou menos ditas, por Janis Joplin: Sei que vou viver menos que a maioria das pessoas, mas vou curtir muito mais, tenho certeza.
Morreu de overdose aos 27 anos.
Não posso usar aspas na citação porque a encontrei por acaso um dia no qual estava vagando e vivendo pela internet. Senti um fio de identificação.
Fio de identificação.
Gostei. Não tenho a sede de viver dela. Não voltaria em sã consciência para as ruas em que passei hoje. Mas sei que terei imenso prazer em contar momento por momento, angustia por angustia, de variadas formas, tudo que vivi ali, naqueles 10 minutinhos de vida intensa.
Quando temos medo da morte, e percebemos a sua iminência, vivemos para cara*&#$@lhow!
Vide os malucos que pulam de paraquedas!
O show? Foi legalzinho.... cheguei atrasada! Ouvi 5 musicas. Tudo bem, vai... 4.
Mas valeu os 45 reais... na verdade 30,00.
Musa pop/teen/com celulite aparente apesar da meia arrastão (adorei – fio de identificação!!)/ cansada/ com delay de movimentos/ gordinha/ex-viciada (quem sabe?)/ mãe de três (eu disse TRÊS!) filhos.
No final a lindinha loira apelou, apostou todas as fichas! Luzes coloridas ao fundo, subiu lá no alto com asas de anjo, e mil fogos e mil serpentinas!!
Aplaudi. Fiquei de queixo caído. Mas eu era só mais uma na multidão, definitivamente não era a protagonista da cena. Muito pelo contrário. Fazia parte da figuração mais chinfrim... A menina do meu lado, cujo rosto nem tive a curiosidade de olhar, era da figuração também claro, mas seu cachê era maior definitivamente.
Cantou todas as 4 músicas!! E berrou loucamente o tempo todo em que não havia musica.
Peguei um táxi, vim para casa. Exatamente 65 minutos depois de ter saído.
Nem deu tempo dos meus gatos sentirem fome.
Miau.